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terça-feira, 28 de julho de 2009

Representante do rock goiano, Black Drawing Chalks faz turnê pelo Sudeste

Quarteto de hard rock lança novo disco e prepara temporada nos EUA.
Goiânia é conhecida como celeiro do rock de garagem no país.

A banda goiana Black Drawing Chalks. (Foto: Divulgação/ Aline Mil)

Um dos apelidos carinhosos dados pelos roqueiros locais e pelos fãs da cena oriundos de outras cidades para a capital de Goiás é Goiânia Rock City. O título não foi adquirido à toa: embalada pela gravadora Monstro e pelos festivais Goiânia Noise e Bananada, a capital goiana é o principal celeiro do rock garageiro no Brasil, de nomes como MQN, Hang The Superstars e Bang Bang Babies.

O quarteto Black Drawing Chalks – que lança seu segundo álbum, “Life is a big holiday for us”, e prepara turnê pela América do Norte – é o grande representante da nova geração de roqueiros goianos. Influenciado pelo stoner metal do começo dos anos 2000 e pelo hard rock dos anos 70, o grupo (com média de idade entre 22 e 24 anos) criou um dos melhores discos de rock pesado do ano no país, com pedradas como “My favorite way” e “I’m a beast, I’m a gun”.

“As composições do nosso primeiro álbum (‘Big deal’, de 2007) juntavam influências de toda uma vida. Era uma coisa meio grandiosa, de colocar tudo no mesmo disco. O novo tem mais músicas feitas nos shows, tem a cara do palco, das nossas apresentações – mais rápidas, mais simples de executar” diz o baterista Douglas Castro em entrevista ao G1.

Atualmente o grupo está em temporada pelo Sudeste. A banda se apresenta em São Paulo no CB Bar (Rua Brigadeiro Galvão, 871) nesta terça-feira (28), toca no Rio de Janeiro na Audio Rebel (Rua Visconde Silva, 55) na quarta (29), faz show de graça na American Apparel na sexta (31) em São Paulo e sobe ao palco do Divina Comédia (Rua Otto Unger, 158) em Mogi das Cruzes no mesmo dia. Para fechar a turnê, o Black Drawing Chalks faz show na Funhouse (Rua Bela Cintra, 567) em São Paulo no sábado (1º de agosto).

Ao vivo

No palco a banda se sente em casa. “Nos divertimos muito tocando ao vivo. Muitas vezes a gente chegou a pagar para viajar e tocar, então pelo menos tinha que ser algo que fosse legal para todo mundo”, explica Douglas.

Além de ajudar o Black Drawing Chalks a amadurecer o som e proporcionar boas viagens – a banda já tocou em mais de uma dezena de estados no Brasil, se apresentou no festival Pop Montreal no Canadá em 2008 e agora tenta vistos para uma turnê nos EUA em outubro –, os shows também serviram de oportunidade para o quarteto conhecer alguns ídolos.

“Tocar com os Datsuns, da Nova Zelândia, aqui em Goiânia foi incrível, eles são uma grande influência e fizeram um show emocionante, de duas horas. O Nashville Pussy também tocou com a gente em Goiânia, um show fantástico, e também o Motörhead em Recife. Vimos a passagem de som e eu até ganhei um par de baquetas do Mikkey Dee”, comemora Douglas.

Design

Mas nem só de rock em alto volume vive o Black Drawing Chalks. Toda a produção gráfica (capas dos discos, camisetas, site) associada à banda vem de dentro de suas linhas. O estúdio de design Bicicleta Sem Freio é formado por Douglas, pelo guitarrista e vocalista Victor Rocha e Renato Reno e existe desde antes da criação da banda. O nome do grupo, aliás, vem da época que Douglas e o irmão Denis, baixista da banda, estavam na faculdade de design – “black drawing chalks” é um tipo de carvão de desenho.

Imagem do clipe de 'My favorite way', do Black Drawing Chalks. (Foto: Divulgação / Bicicleta Sem Freio)

“Essa parte visual é muito importante para nós”, conta Douglas. “Queremos ter uma identidade interessante, fazer as pessoas ficarem com vontade de conhecer a banda”. O trabalho do estúdio vai além do Black Drawing Chalks – prestam serviço para a Monstro Discos (desenvolvendo o site, cartazes e capas de disco para o selo) e foram responsáveis pela identidade visual do festival Abril Pro Rock em 2008.

O projeto mais recente é o videoclipe para a música “My favorite way”, parceria com o estúdio Nitrocorpz (responsável por uma série de vinhetas da MTV) e com o amigo Virgílio Vasconcelos. “É a nossa primeira experiência com animação. Nós estamos fazendo a direção visual e os movimentos básicos de animação, o Virgílio cuida da parte 3D e o Nitrocorpz está coordenando e vai finalizar o vídeo, que deve estrear em setembro”, explica Douglas.

Parte dos desenhos está sendo feita durante a turnê, mas para uma banda que não vê diferença entre trabalho e diversão, isso não é surpreendente. O que não quer dizer que eles não se levem a sério. “Ensaiamos três, quatro vezes por semana. Queremos fazer o melhor show possível, por isso não poupamos esforços”. Afinal, ganhar algum destaque na concorrida cena goiana exige algum esforço. “Você precisa investir na banda, fazer um bom disco, ter um bom equipamento, viajar para fazer shows. Ninguém vai te descobrir só porque você é bom”, imagina.

Se ainda não vive só de música, o Black Drawing Chalks pelo menos não precisa mais tirar dinheiro do próprio bolso para entrar em turnê. Mas o conselho de Douglas para as novas bandas é trilhar o mesmo caminho que eles: muito trabalho e expectativas na medida certa. “Ninguém compra disco de banda nova, ninguém vai em show. Não pode se frustrar. Se tiver só uma pessoa vendo nosso show, a gente vai quebrar tudo, fazer o melhor show da vida dela”.

Amauri Stamboroski Jr. Do G1, em São Paulo

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